terça-feira, 30 de setembro de 2008

Grandes mestres: Will Eisner - parte 1

Como tinha feito ao escolher determinados anos para falar de música, resolvi começar uma nova série de posts. Quero apresentar a minha percepção de obras de grandes mestres em suas áreas e aproveitar para falar um pouco de suas histórias.

Nada mais justo do que começar por um dos quais mais admiro e tento homenagear a partir do título deste blog.

Will Eisner nasceu em 6 de março no Brooklyn, Nova York. Veio a falecer no dia 3 de janeiro de 2005 após ter deixado um legado nas histórias em quadrinhos.

Pode-se dizer que graças ao seu trabalho foi criado o termo e formato da Graphic Novel, padrão que abriu espaço para publicações como Watchmen de Alan Moore ou Demolidor de Frank Miller, autores que como muitos não negam a influência de Eisner em suas carreiras. A representação de Eisner no mercado é tão grande que o "Oscar" da categoria recebeu o seu nome, The Eisner Award.

De suas obras, preciso começar a falar por The Spirit, o seu personagem mais marcante e considerado por alguns como um dos grandes marco dos quadrinhos.
"Uma das melhores criações das histórias em quadrinhos. Obra absolutamente genial. Está, para os comics, como Cidadão Kane para o cinema." - Álvaro de Moya no livro a História da História em Quadrinhos.
A partir de 1940, todos os domingos os leitores de um jornal conheciam as aventuras de The Spirit, um justiceiro mascarado sem poderes que combatia o crime usando mais inteligência do que força. Suas histórias eram recheadas de experimentações e transgreções de formato, argumentos com humor, ironia e um cuidado ao se tratar de todos os personagens apresentados.

Duas das minhas histórias preferidas de The Spirit são "Foul Play", um conto que trata da vida na cidade grande, onde "cada um só quer saber de cuidar da sua própria vida" e "A última rodada", possui um argumento simples, mas executado com uma genialidade de dar gosto.

Eu poderia ficar escrevendo horas sobre Eisner, mas vou dividir seu legado em mais de um post, assim a leitura fica mais fácil e deixo espaço para os comentários acrescentarem informações, fique a vontade.

Acesse:

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Nome próprio

A melhor definição que ouvi sobre este filme foi: "muita forma para pouco conteúdo". Particularmente gosto muito dos trabalhos em que a Leandra Leal (O Homem que Copiava) se envolve e de como ela interpreta, mas este filme, na minha opinião é um fiasco.

O filme conta a história de Camila, uma mulher angustiada, sem noções ou interesse de auto-preservação. Ela se expõe a tudo, tanto na vida pessoal quanto na virtual através de um blog. O roteiro é baseado nos livros "Máquina de Pinball” e “Vida de Gato”, escritos por Clarah Averbuck, escritora que fez fama na web através de seu blog pessoal. Tal qual a personagem.

O trabalho se perde em obviedades que anulam até mesmo toda técnica de enquadramento e manipulação da câmera para transmitir a angustia de Camila, nós não nos agustiamos com o que já sabemos e não nos pertence.

Outro ponto fraco é o exagero, em tudo, dos sentimentos as tentativas de representar a exposição da personagem através de sua nudez. Acredito que ela passe mais tempo nua ou semi-nua do que vestida.

De uma coisa eu gostei, a direção de arte e o som acertaram ao representar os pensamentos da personagem quando são colocadas em palavras no seu blog.



Acesse:

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Vende-se: Aston Martin Vanquish.

Completo com pistolas automáticas e lança foguetes, único dono. Falar com mr. Bond pelo cel.: 9007-X007.



Ou quase isso. Na verdade não é um Aston Martin, é um Ford Mustang que foi totalmente alterado para reconstruir o carro do agente secreto no filme 007: O amanhã nunca morre. A oficina está pedindo R$ 270 mil pela réplica. Isso tudo por não ser apenas uma reprodução estética, o carro é armado com os foguetes frontais e as automáticas do motor, é claro que esse armamento deve ser falso, de qualquer forma é um baita objeto de desejo para os fãs da série.



Acesse:
  • Página do filme no Imdb;

Voltando a falar de PodCasts


No último post que fiz sobre podcasts o Ock-Tock deixou a dica de ouvir o hilário NerdCast, do portal Jovem Nerd, realmente vale a pena. Só que a melhor surpresa não foi o NerdCast, foi que através dele eu conheci o RapaduraCast.

RapaduraCast é um programa sobre cinema, parte do portal Cinema com Rapadura, e tem como apresentadores uma galera que troca uma idéia de alto nível sobre o tema, sem ser pedante ou, as vezes, sem se levar muito a sério. Eles não tem medo de elogiar e assumir que gostam dos grandes blockbusters ou que não gostam de clássicos "inquestionáveis".

RapaduraCast, assim como o NerdCast, é publicado toda sexta (hoje!).

Escute:
E recomendo os seguintes programas do RapaduraCast:

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Novos posters de The Spirit


Eu já tinha postado aqui sobre os meus receios com a adaptação de Frank Miller (300) para a obra de Will Eisner, The Spirit. Por mais que eu esteja temendo, tenho que admitir que o material de divulgação está muito bonito.


E esse trailer me animou um pouco mais.


Acesse:

Humor com serviço


A televisão aberta está decadente, até mesmo programas que eram referências de conteúdo estão ruins, como Globo Repórter (atualmente apenas uma tradução do Discovery Channel e similares) ou o Fantástico (com essa "interface" nova e ridícula). Mas existe um oasis nesse deserto de desespero e tentativas frustradas de interatividade, o CQC (Custe o que Custar).

CQC é um programa argentino que se espalhou pelo mundo em países como Espanha, Itália, Uruguai e Brasil, aqui liderado por Marcelo Tas (Castelo Rá-Tim-Bum). A edição nacional estreiou em março deste ano e neste curto tempo já conseguiu ser barrado no congresso nacional, realizar mobilizações para que compromissos sejam cumpridos e criar afetos ou desafetos entre as "celebridades" brasileiras.

Tudo isso foi conseguido estando sempre no limiar do humor e seriedade com a proposta editorial. O interessante é ver um programa novo prestando serviços reais, como o quadro "Proteste Já" apresentado pelo Rafinha Bastos (Mothern), onde ele atende a denúncias (normalmente contra instituições públicas) e faz uma reportagem agressiva para extrair um compromisso dos responsáveis. Ou até mesmo como eles ironizam as coberturas de eventos das "celebridades", como foi o caso do casamento da Juliana Paes, em que o repórter do CQC perguntava aos convidados sobre o impacto que tal casamento poderia causar no mundo para que justificasse tanta imprensa no local.

Marcelo Tas, Rafinha Bastos, Marco Luque, Danilo Gentili, Felipe Andreoli, Rafael Cortez e Oscar Filho estão de parabéns! O programa é transmitido pela Band todas as segundas, às 22h15. No dia seguinte já pode ser visto via YouTube pelo canal da emissora (o canal não existe mais) e é reprisado aos sábados às 23h45.


Acesse:

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Que vençam os que mais ajudarem

O Google, ao completar 10 anos, além de conquistar o mundo está querendo ajudar a melhorá-lo. Acabei de ficar sabendo (via twitter do Fábio Seixas) sobre o Projeto 10100. A definição no site é bem clara, o projeto é uma "convocação de idéias para mudar o mundo ajudando o maior número de pessoas possível".

Em detalhe, você inscreve (até o dia 20 de outubro de 2008) uma idéia para ajudar o maior número possível de pessoas. Terá uma votação popular para selecionar as vinte melhores idéias. Essas serão analisadas por um comitê consultivo que irá selecionar até cinco projetos, para estes serão disponibilizados 10 milhões de dólares para ajudar a realizá-las.

Parabéns Google, bela iniciativa. E você? O que está esperando para dar a sua idéia e divulgar esse projeto?


Acesse:

Brasileiros vestem o mundo


Comecei a "frequentar" esses sites depois que tive contato com o Camiseteria.com, um site brasileiro em que desenhistas podem mandar propostas de estampas, as quais são votadas pelo público e caso sejam aprovadas, o artista ganha prêmio em dinheiro e produtos. O mesmo modelo existe em outros lugares do mundo, o que me deixa muito feliz é ver como artistas brasileiros estão tendo material aprovado lá fora, não são poucos.

Tem gente na França, Portugal, Espanha, Estudos Unidos, Inglaterra e outros cantos por aí vestindo camisetas de brasileiros como Draco (autor da estampa que ilustra esse post), Ninhol, Mathiole, Paulo Bruno e outros. Parabéns a vocês que estão conseguindo emplacar esse material por aí e ajudando a divulgar o trabalho brasileiro, fico muito orgulhoso.

Acesse:

Hellboy 2


Eu era um ignorante completo sobre o personagem, nunca tinha lido os quadrinhos (e ainda não li), nem visto o primeiro filme e fui assistir ao segundo só por idéia de um amigo. Então posso considerar que minhas conclusões são bem imparciais.

O que mais chamou minha atenção no filme de Guilherme del Toro (O Labirinto do Fauno) foi a caracterização dos personagens, cenários e elementos. A direção de arte é primorosa, os personagens e cenários fantasiosos são melhores produzidos do que os ambientes "realistas". A fotografia também é ótima, muito apoiada pelos cenários, mas a iluminação é bem legal.

Já não esperava muito de roteiro e atuações, mas fui surpreendido pelo primeiro. Um roteiro bem divertido garante que Hellboy 2: The Golden Army não seja mais um filme pipoca de sessão da tarde. O personagem, que eu não conhecia, é carismático e funciona muito bem para cinema.

Concluindo, esse filme me deixou curioso para ler as histórias em quadrinhos originais e assistir ao primeiro filme, o que fiz logo e garanto que o segundo é bem melhor do que o primeiro.



Acesse:

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A guerra das teles

Essa guerra travada entre as empresas de telecomunicações sempre foi muito forte em todos os lugares do mundo. Mas no Brasil a coisa ficou mais pesada e pública depois que a Oi apoiou todo o processo de desbloqueio dos celulares e criou a simpática campanha "Bloqueio Não". Isso foi em maio de 2007. De lá pra cá muita coisa aconteceu e uma delas foi a presença da Oi como marca referência entre os jovens e defensora dos direitos dos clientes, mesmo que um dos prováveis motivos para esse apoio ter sido o fato da operadora nunca ter subsidiado aparelhos, tendo provavelmente a tabela mais cara do mercado.



Agora a briga volta a esquenter, pois o tema da portabilidade foi discutido na Anatel e todas as operadoras fizeram lobbie para que o prazo fosse adiado, todas menos uma. A Claro foi a única empresa a apoiar o calendário da portabilidade e agora usa isso com a campanha "Escolhas" criada pela F/Nazca. Já tinha um tempo que as campanhas da Claro não me emocionavam ou surpreendiam, desta vez mandaram bem. Junto com os comerciais lançaram o site Portabilidade e agora carregam a bandeira da liberdade e defesa dos reais direitos dos clientes.



A idéia do site é deixar o assunto portabilidade bem "claro", mas senti falta de algo mais interativo, algo que convidasse o usuário a participar dessa campanha ou comemorar tal mudança, o que foi devidamente feito pela Oi com o site "Bloqueio Não". É claro que a Oi não pôde deixar por isso e veiculou um comercial dizendo que liberdade é o desbloqueio, o resto é oportunismo.

Independente dos motivos de cada operadora, mais uma vez somos nós que temos chances de ganhar com essas guerras. Teremos maior poder de decisão entre qual serviço usar e assim forçamos uma evolução na prestação do serviço, atendimento e preços menores. Só espero que as letras miúdas da lei da portabilidade não sejam como as do desbloqueio.

De qualquer forma tal alforria só vai chegar no Rio de Janeiro no dia 14 de fevereiro de 2009. Até lá, nossos números não nos pertencem.

Acesse:

Eu escuto PodCasts

Primeiro foi a onda dos blogs, depois o acesso mais rápido, facilitadores de hospedagem e produção promoveram os PodCasts e agora estamos vivenciando os VideoCasts. Tudo isso é muito bacana por demonstrar o poder que o público está tendo, cada vez mais podemos escolher o que e quando iremos consumir. Eu recomendo os seguintes:
  • FalaFreela - as novas edições saem todas as segundas com conversas sobre a vida freelancer;
  • ADD - uma seleção musical produzida pelo Maestro Billy;
  • BrainCast TV - o Videocast do Brainstorm 9;
Além dos PodCasts está cada vez mais comum o uso de redes sociais sobre música. Fiz um perfil na Last.fm, mas não me adaptei, agora estou testando a Blip.fm e me esforçando mais (você pode ler no Blog do Edu uma análise bacana sobre ela). Talvez, em breve, não precisaremos nem mais ter as músicas arquivadas em nossos equipamentos, vamos ouvir tudo remotamente.

E você, o que escuta?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

I'm a PC



Ok. Eu gosto do layout dos produtos da Apple, os portáteis pelo menos, os desktop não me encantam tanto. Mas a marca tem conseguido fazer uma coisa comigo muito chata, tem ganhado a minha antipatia por toda essa postura extremamente "cool". Essa coisa é chata. Já era chato antes do Ipod, quando Apple era produto de um público muito específico e que tinham seus defensores falando o maior número de asneiras para conseguir comprovar os motivos dele "ser melhor que um PC com Windows ou Unix".

Chamo de asneiras pelo simples motivo de ser impossível fazer uma comparação entre produtos com números de adeptos tão diferentes. Um pequeno exemplo é a história do vírus, dizem que o Mac pega menos vírus do que o PC. Lógico, ele tem menos usuários, assim o número de espíritos de porcos que criam vírus é ainda menor.

Essa antipatia chegou ao ponto de eu não ter um Ipod, preferi o player da Creative, não tenho interesse em um IPhone, quando eu quiser um SmartPhone, provavelmente vou querer o da Nokia ou um Blackberry.

Agora a Microsoft resolveu responder a esse posicionamento descolado da Apple e criaram o vídeo, "I'm a PC" (depois de uma tentativa duvidosa com o Seinfeld). É simpático, sem ser surpreendente, e teve o efeito que eles esperavam, criou o jargão que todos os usuários felizes, ou apenas satisfeitos, aguardavam.

Eu sou um usuário satisfeito do Windows. Ele pode melhorar, e muito. Mas me atende e por isso faço parte da brincadeira. Só espero que eles não busquem tanto esse status "cool" a ponto de gerar antipatia e passem a pensar em outras formas de continuar a deixar seus usuários satisfeitos.

Acesse:

My Blueberry Nights



Assisti muito tardiamente a esse trabalho de Kar Wai Wong. E posso dizer que gostei muito, muito mesmo de My Blueberry Nights (traduzido tristemente como Um Beijo Roubado).

Pra começar a trilha sonora é ótima (estou ouvindo nesse instante), com músicas cantadas por Norah Jones (que faz a protagonista), Cat Power, Otis Redding e outros.

A fotografia é muito boa, as cores, sombras e recortes são interessantes e agradáveis de se ver, tanto quanto a atuação do elenco, em que estão Jude Law (Closer), Norah Jones, Natalie Portman (Closer, V), Rachel Weisz (O Jardineiro Fiel) e, em excelente trabalho e quase irreconhecível, David Strathairn (O Ultimato Bourne).

Além do romance entre os dois protagonistas o filme trata de uma forma bastante poética das despedidas não faladas. Daqueles desfechos que não são claros e que os queremos assim, preferimos viver com a ilusão de que um dia possa retornar.

Na época do lançamento, o filme abriu o 60º Festival de Cannes e parece que a imprensa não se entusiasmou tanto, assim como a crítica brasileira. Talvez isso seja fruto de eu só ter visto esse trabalho do diretor, talvez me falte o conhecimento para ter formado uma expectativa muito alta sobre a película.

Acesse:

domingo, 21 de setembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira


É difícil, muito difícil, definir esse trabalho de Fernando Meirelles, inspirado no livro de José Saramago. Eu tentei descrevê-lo para uma pessoa e comecei com "bonito", percebi que não era muito bem isso, então passei para "impactante". Como em uma única palavra eu não consigo definí-lo vou tentar apresentar.

Ensaio sobre a cegueira (Blindness, 2008), conta a história de uma epidemia de uma misteriosa cegueira que aflige o mundo e a relação da única pessoa não atingida pela doença (Juliane Moore) com o restante. Através dessa metáfora o filme consegue passar a idéia de extremos da moral, valores e até onde alguém pode chegar quando se tem a consciência de que ninguém poderá reconhecê-lo. O elenco todo está de parabéns, mas tanto em atuações quanto em supresas que os personagens proporcionam, o destaque na minha opinião vai para Alice Braga (Cidade de Deus) e Danny Glover (Máquina Mortífera). Já era fã dos trabalhos anteriores de Fernando Meirelles (Cidade de Deus, Jardineiro Fiel), agora passei a ser fã do diretor.




Acesse:

Cara quase nova

Esse blog existe desde fevereiro de 2003 e foi mais longe do que eu imaginei. O seu conteúdo mudou bastante. Antes era muito pessoal, com o tempo foi ficando mais opinativo. Já a aparência eu mantive a mesma por esses mais de cinco anos, a última e única mudança que fiz foi adaptá-lo para uma resolução maior. Nem tinha tirado os malditos frames, mas a necessidade de utilizar novos recursos e querer mexer a vontade nele promoveu essa reformulação. Ainda não é radical, mas acredito que seja para melhor.