quinta-feira, 31 de março de 2005

Na reta final

Finalmente chego a reta final desse curso. Estou fazendo o meu projeto de conclusão. O tema, como se pudesse ser diferente, é cerveja. Algumas pessoas de pouca fé poderão não acreditar na seriedade desse projeto, ainda mais me envolvendo. Podem me acusar de bebum, cachaceiro e pé-inchado. Mas é sério. Estou fazendo uma análise sobre os rótulos de cervejas brasileiras.

Sobre o projeto, estou muito empolgado. É ótimo trabalhar em um tema que você realmente goste (mais uma deixa pra me sacanear). Você trabalha com mais gosto, tem prazer e degusta cada nova informação. Está valendo. Mas para os interessados, vou começar a fase de coleta dos rótulos atuais.

Quero agradecer ao Alexandre Marino, um colecionar de rótulos (onde o que importa são as assinaturas daqueles que beberam com ele e não o rótulo em si). Que se dispos a scannear um material e enviar pra mim. Valeu!

Ah! Para os amigos preocupados com minhas unhas do dedão, saibam que um dos problemas já não existe mais. Pode-se dizer que ela está nadando com os peixes.

segunda-feira, 28 de março de 2005

E então...
Não pude evitar, foi mais forte do que eu.

Eu já mergulhei em Noronha;

Eu já entrei sem ser convidado em um coral, e sou desafinado;

Eu fiz violão por um ano e só aprendi uma música;

Eu já fiz judô, boxe tailandes, karatê e não gostei de nenhum desses;

Eu nunca frequentei uma academia;

Eu já briguei na rua;

Eu já chorei por um amigo e por um amor;

Eu já falei comigo mesmo, e divergi. Mas no final, ganhei;

Eu nunca fiz rapel;

Eu não sei cantar, mas parece que estou aprendendo com os erros;

Eu já chorei em um show;

Eu já tive medo de avião e de barco;

Eu ando de skate, mas nunca consegui descer uma onda;

Eu nunca fui a um show do Iron;

Eu já briguei por birra;

Eu já cantei música do Bon Jovi;

Eu já expus um trabalho e fui muito bom;

Eu já pilotei um kart;

Eu já virei noite e dia jogando video-game e/ou RPG;

Eu já tive uma crise convulsiva, mas foi por falta de alimentação e excesso de adrenalina, nada demais;

Eu nunca fiz curso de mergulho, mas morro de vontade;

Eu nunca fui a Itália, mas vivo com a imagem romantica;

Eu já fui reprovado duas vezes;

Eu já roubei balas nas Americanas e Comandos-em-Ação na Mesbla;

Eu já transei na rua, e recomendo;

Eu já bebi tanto que passei mal no primeiro encontro;

Eu já fumei escondido;

Eu nunca consegui manter um diário;

Eu já invadi um cinema abandonado para usar como base secreta e anos depois para namorar;

Eu já quis pular de bungee-jump, mas não fiz;

Eu nunca saí do país, afinal de Buenos Aires é a nossa capital;

Eu nunca tive saco para ler Tolkien, Anner Rice e Marion Zimmer Bradley;

Eu não sei receber elogios;

Eu já fiz coleção de maços de cigarro, latas, notas (gastei tudo antes que ficassem antigas) e quadrinhos;

Eu já fiz uma corda com maços de Hollywood que tocava o térreo, sendo presa no sétimo andar;

Eu já terminei um jogo após dez horas diretas, sem desligar o video-game;

Eu já terminei um noivado por telefone;

Eu já fingi não ver alguém na rua;

Eu já atropelei um carro;

Eu já fui atacado por um enxame de abelhas e não fui picado;

Eu já tive monstro atrás da cortina e descobri que era meu irmão após bater nele com um cabo de vassoura;

Eu nunca quebrei nenhum osso, mas meu anjo-da-guarda é todo quebrado;

Eu já caí em um arbusto ded cactos;

Eu já andei nas telhas de um prédio de 12 andares;

Eu já tive uma cadela chamada Mimosa;

Eu já cavalguei a beira-mar;

Eu já usei Kilt;

Eu nunca vi "A Noviça Rebelde" inteira;

Eu já andei nú no playground do prédio com todo mundo vendo, eu tinha apenas oito anos;

Eu já joguei kisuco na caixa d'água do colégio;

segunda-feira, 21 de março de 2005

Um Brinde!

Um brinde! À Vó Yedda que não apenas criou a mulher que amo, como me adotou como um neto e que adotei como avó. Ela nos da força e segurança pra tomarmos nossas decisões, possui uma sabedoria ímpar e toda a serenidade para passá-la sem deixar de ser humana. Vó, parabéns por hoje e por mais esse ano! Eu te amo!

Um brinde! À Lua. Amiga sempre alegre, sempre contagiante. Disposta a quase todos os tipos de brincadeiras e diversões. Essa amiga chegou um pouco "tarde" na minha vida. Mas chegou na medida certa, desmedida. Lua, um grande beijo. Seja sempre assim, pois é exatamente assim que te amamos.

quinta-feira, 10 de março de 2005

Casal Unibanco responsável social

Estou realmente chocado. Após muito tempo fiz algo que não fazia, enfretei uma fila de banco. Com as graças do Internet Banking, essa tarefa sumiu da minha lista, mas por azar e descuido tive que passar por isso. Fui pagar uma conta no Unibanco.

Caros vizinhos e visitantes, o Unibanco tem uma das tarifas mais caras do mercado, se vende como o banco único, gerentes únicos e atendimento único. Possui uma política de responsabilidade social "forte" (Instituto Unibanco) e faz uma grande divulgação sobre a mesma. Agora vejam a minha história.

Fui fazer esse pagamento na agência que fica na esquina da Presidente Vargas com Uruguaiana. Ao entrar vi um banco limpo, com gerentes e caixas em baias, atendimento sentado para todos os clientes. Todos? Não, pois em todo o lugar só conseguia ler a placa Uniclass. Fui até o segurança e perguntei onde ficavam os caixas, ele respondeu que o caixa ficava na parte de cima do banco, e para entrar tinha que sair da agência, dar a volta na mesma, passar pela porta e subir a escada. Foi o que fiz.

Descobri que o segurança não estava mentindo, era o caixa, somente um. Tinha uma fila de 34 mamíferos a minha frente (sim mamíferos, na devida condição, não podíamos mais ser pessoas) e ninguém pra ajudar. Nem mesmo aqueles bons e velhos "Posso Ajudar?" que existem em qualquer outro banco. Não tinha fila preferêncial para idosos, gestantes e deficientes. Isso porque pra qualquer um desses conseguir chegar lá em cima pelo único caminho (a escadaria), seria uma sentença de morte. Com esse cenário só me restou concluir a total falta de respeito do Unibanco com os seus clientes correntistas tradicionais. Uniclass é outra história.

Estou revoltado, pois dessisti depois de aproximadamente 15 minutos de espera e ver várias pessoas se rendendo e sentando no chão sujo (naquele piso de borracha) e morrendo de calor (o ar-condicionado não dava vazão) dentro de um cenário péssimo (paredes sujas, teto sem forro, cheiro de mofo...). Agora, ao ver o casal Unibanco, só me resta lembrar que "nem sempre" a TV nos conta a verdade.

Esse fato de total falta de respeito me levantou uma nova questão. Onde está a responsabilidade social do Unibanco? Não deveria fazer parte dessa política pensar em infra-estrutura para atender seus clientes? Estar preparado para atender pessoas com dificuldades? Cuidar para que seu funcionário (a pobre caixa) tenha uma mínima condição de trabalho? De que adianta apoiar vários projetos sociais se esquece do dia-a-dia?

Como é bom ser cliente do Itau.

terça-feira, 8 de março de 2005

Até onde podemos ir?

O que nos limita? Se não me engano foi Freud que descobriu que usamos 4% do nosso cérebro. Não sei exatamente se foi ele e ainda menos se o valor é esse. Mas o que importa é que usamos muito pouco da nossa capacidade.

Na última quinta-feira (03/03), saiu no caderno de ciências do O Globo a história da suíça Elizabeth, que "sofre" de sinestesia - uma condição particular que a faz, de fato, sentir o gosto das notas musicais. A sinestesia mais comum faz ver as cores dos sons; o primeiro registro de sentir o gosto foi o caso dela.

Como Ludwig Beethoven conseguiu compor suas maiores obras sendo surdo? Somente a primeira foi composta com capacidade auditiva, a mais famosa (9ª Sinfonia) foi sua última e somente anos depois um novo piano (Piano Steinway), criado para isso, conseguiu reproduzir a Sonata nº 3 e nº 4 com perfeição. Ele evoluiu na música independente do sentido auditivo.

Isso me faz pensar. O que nos limita? Embora, na maioria das vezes, tenhamos os cinco sentidos funcionando plenamente, durante o nosso dia a dia ignoramos muito do que percebemos, o inconsciente capta e o consciente seleciona. Por quê? O fato de convivermos com os cinco sentidos nos tornam dependentes desses? Muitas vezes não sentimos a necessidade de "ver com as mãos"? A extrema exposição nos "acostumou" a ignorar mais e assim "selecionar" mais? Será que através de exercícios não podemos expandir nossa sensibilidade, alcançar um pouco mais?

segunda-feira, 7 de março de 2005

O Grande Inimigo

No mesmo castelo eu e Lelê andávamos olhando para as paredes coloridas e comentando sobre tudo que víamos, maravilhados com toda a beleza da local, que era tão grande a ponto de parecer sem fim. Uma sala sempre levava para outra.

Ao entrar em um salão vimos uma série de soldados cinzas colocando criaturas azuis contra a parede. Berravam em seus ouvidos mandando encostarem na parede, fazendo a revista e algumas vezes batendo. Ao fundo de todos estava um grande homem de preto. Sabíamos que ele era o líder, o general, e que nós éramos inimigos deles.

Passávamos pelo meio do salão assobiando, disfarçando nossa presença com uma tentativa de naturalidade de quem está no local. Repentinamente ouvimos um grito e percebemos que um dos soldados havia nos visto e gritava contra nós. A perseguição começou.

Corremos olhando para trás com medo dos dois soldados que começaram a nos seguir. Um golpe forte na minha perna me fez olhar pra baixo e vi que a Lelê havia caído e batido nas minhas pernas, me levando também para o chão.

Por sorte paramos próximos a duas espadas azuis, lindas, e com elas enfrentamos os inimigos. O combate era intenso mas estávamos vencendo, dávamos passos para trás e duelávamos com os soldados que se amontoavam contra nós, a cada inimigo que caía anestesiado era uma vitória para nós. Os inimigos foram diminuindo até que sobrou apenas um, nesse momento começamos a descer uma escada com degraus muito largos e, usando o local como vantagem, jogamos o inimigo abaixo até que esse caiu no fim da escadaria como se fosse um desfiladeiro.

Então o General levantou. Com sua armadura negra, ergueu os braços com duas espadas e seus braços se soltaram em nossa direção, como se fossem hélices. Sem os braços e seus soldados ele teve que enfrentar a multidão de criaturas que começou a jogar coisas nele enquanto lutávamos contra os braços que nos empurravam ainda mais para trás. Sabíamos que estávamos chegando próximo ao desfiladeiro, mas não conseguíamos virar o jogo. E assim, caímos.

No solo, à nossa frente, tinha uma porta. Os braços desciam rapidamente atrás de nós e, pensando em fugir, abrimos a porta e entramos na sala, selando a passagem. Ainda olhando para a porta, respirando forte, nos beijamos e começamos a rir.

- Vocês não podem ficar aqui! - Fomos interrompidos por uma voz grave.

Ao nos virarmos lá estava ele, sentado em uma poltrona, nos encarando. Darth Vader. Olhei para a Lelê e disse com todas as letras. - Fudeu!

- Vocês não podem ficar aqui! - Ele se repetiu. - Esse é o meu "sanctun"! Vocês não podem ficar aqui! Vocês irão sentir dor! - E com essa frase ele tremeu como uma TV com defeito e gemeu de dor. Com os olhos arregalados eu e Lelê nos encaramos e sabíamos que não podíamos sair, mas ali também não dava pra ficar.

- Vocês não podem ficar aqui! Vocês irão sentir dor! - Mais uma vez ele treme e seu rosto fica como uma TV com defeito.

Em pânico, nós dois abrimos a porta pra fugir e de novo estávamos enfrentando o General, porém dessa vez por inteiro. Parece que ele tinha descido atrás dos seus braços. Lutamos contra ele e sem combinar nos rodeamos ao seu redor, colocando-o de costas para a porta e assim o empurrando para trás, até entrar com ele e jogá-lo na poltrona atrás de Darth Vader.

- Eu avisei! Vocês não podem ficar aqui! Vocês irão sentir dor! - Dessa vez ele tremeu e sentiu dor, mas não sozinho. O General estava com ele.

Foi assim que, com a ajuda de Lord Vader, conseguimos fugir e nos livrar desse grande inimigo do castelo.

Infelizmente não me recordo de outras imagens desse sonho surreal. Se alguém souber o significado disso tudo, por favor me conte, estou curioso. Talvez seja culpa do guaraná Jesus!

sábado, 5 de março de 2005

O Quinto Elemento

Eu e Leticia estávamos andando. Encontramos no caminho um castelo fantasioso, com grandes torres coloridas, grandes salões, pessoas e criaturas de todos os tipos. Alguns trechos dessa viagem ainda não se apagaram, sendo assim vou registrá-las.

Estava sozinho correndo de algo, atravessava corredores compridos e coloridos, às vezes olhava para trás pra ter certeza de que estava bem à frente. De repente ouvi uma voz dizer: "à direita". Me virei e me deparei com uma grande escadaria de uma torre. E por ela subi, algumas vezes ainda ouvindo "à direita". Ao chegar no topo, havia algo como se fosse uma sala com o piso vazado de forma que toda a escada pudesse ser vista do alto e uma corrente que atravessava o meu caminho, me impedindo de prosseguir.

Não era apenas a corrente no meu caminho, atrás dela havia uma velha, vestida em trapos, mexendo em uma mesa, com livros e líquidos. O restante da sala era preenchido por uma cristaleira, ao fundo um cofre e ao seu lado uma chave pendurada na parede.

Quando a velha me viu, começou a gritar mandando que eu fosse embora, dizendo que não poderia ficar ali, me ameaçando por trás da corrente que de alguma forma eu não poderia passar. Ela me xingava e ameaçava, eu enfrentei dizendo que precisava entrar para me esconder. A discussão chegou a um ponto em que a velha se armou com uma
vassoura, abriu a corrente e veio na minha direção, eu pulei por cima dela e em uma única jogada de corpo, me virei e fechei o caminho com corrente. Agora ela estava desesperada dizendo para eu não mexer em nada, que iria me prender lá em cima. Nervoso, começei a dizer pra ela que iria jogar as coisas pelo buraco, ela ria e dizia que iria me prender. Foi então que peguei a chave e disse que abriria a porta do cofre. Em pânico ela me enfrentou e disse que agora eu ia sofrer, pois a aranha protegia o cofre.

Quando abri o cofre, um sopro de ar veio de dentro, onde, de fato, havia teias de aranha e livros. Fechei a porta do cofre. Ela continuou a gritar. Abri novamente e um novo e mais forte sopro, dessa vez pude ver além dos livros uma garrafa. Fechei a porta. Ela gritava ainda mais e tentava ultrapassar a corrente. Abri a porta mais uma vez, dizendo que agora iria pegar tudo e jogar lá embaixo. O maior dos sopros saiu e somente ele me fez fechar o cofre. Mas era tarde.

Uma voz, a mesma que dizia "à direita", invadiu a torre dizendo: "Eu sou o quinto elemento. Eu sou o quinto elemento. À direita. Eu sou o quinto elemento. Eu sou o quinto elemento. À direita..." A velha começou a descer a escada correndo e gritando comigo, dizendo que eu tinha libertado ele. Como ato-reflexo, abri a passagem de corrente e desci, sabia que algo estava vindo. A voz continuava ("Eu sou o quinto elemento. Eu sou o quinto elemento. À direita."). Já quase no piso, vi várias pessoas coloridas subindo a escada com garrafas que possuiam líquidos também coloridos, as pessoas marchavam ao ritmo e repetiam a voz. Ao passar pelo lado do primeiro, o líquido caiu no meu rosto e então a voz mudou.

- Cerveja. Cerveja. À direita.

Então abaixo de todos da fila de marcha percebi que estava subindo um mar de cerveja e a velha já estava com o líquido acima das canelas. Rapidamente me virei e subi com as pessoas coloridas e o nível do "mar" só subia, formando um pequeno redemoinho que engoliu a velha e nos seguiu até o topo da torre, onde parou antes de molhar o piso do último andar.

Após piscar os olhos, estava em outro local com a Lelê.