quinta-feira, 29 de março de 2007

2000

Esse foi o ano em que casei. A festa começou de forma decente, tocando Buena Vista Social Club enquanto as pessoas se dirigiam as mesas e a infinita fila de cumprimentos andava, é claro que quando todos ficaram bêbados o DJ tocou os inevitáveis ABBA e Village People. Me surpreendeu descobrir que Buena Vista é de 99, eu podia jurar que tinha sido lançado em 2000. No final em 2000 foram poucos e bons lançamentos.

O velho Bezerra da Silva lançou Malandro é Malandro, Mané é Mané. Com o seu senso de humor característico ele vem com músicas como "Tem Coca aí na Geladeira".

No cenário pop, Pet Shop Boys lança uma edição especial do último grande sucesso, Night Life "Extra". Com alguns remixes para completar o álbum original. E Madonna, que é tão pop quanto rock (já dizia Renato Russo e Lobão, ou seria Cazuza?), lança Music, disco com temática country e mais uma moda divergindo da tendência.

Indo para o rock, David Bowie (sempre presente nas listas), lança um álbum chamado Duos, onde interpreta seus clássicos fazendo dupla com outros artistas - como a versão de Halo Spaceboy com o Pet Shop Boys. Além de Duos do Bowie, outras duplas foram formadas como Black Crowes & Jimmy page com as gravações de músicas do Zeppelin no álbum Live at the Greek e Eric Clapton e B.B.King, brincando - mais blues do que nunca - com o rei no excelente Riding With the King.

All That you Can't Leave Behind, com o sucesso "Beautiful Day", fez muitas pessoas dizerem que o U2 estava retornando as suas origens. Um lançamento "atrasado" foi o ao vivo Is There Anybody Out There?: The Wall - gravação do show da turnê do The Wall do Pink Floyd de '80 e '81. Outro ao vivo atrasado foi o Live do Alice in Chains, que trazia gravações de shows que acontecerem entre '90 e '96.

Das bandas de Seatle, após muitos anos sem gravar nada novo, Pearl Jam surge com o aguardadíssimo álbum Binaural, que resoltou em diversos lançamentos de álbuns ao vivo com gravações de acordo com os locais da turnê.

Como último álbum de estúdio AC/DC lança Stiff Upper Lip, com a ótima "Satellite Blues" (dizem que esse ano terá coisa nova da banda). Ainda no cenário do Rock mais pesado, Iron Maiden manda Blaze Bayley passear após o frustrante X-Factor e retorna com Bruce Dickinson e Adrian Smith com o Brave New World.

O rock e as misturas musicais traziam coisas novas, como o segundo álbum da banda White Stripes, De Stijl (último disco antes de estourar nas paradas) e a união de dois músicos cubanos com outros dois rappers, nos trouxe Orishas e o disco de lançamento da banda A lo Cubano (na minha opinião o grande lançamento do ano).

Para encerrar, voltando ao Blues, Etta James traz grandes interpretações, como a de "Try a Little Tenderness" e "Miss You" no álbum Matriarch of the Blues.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Fazendo bolhas

Desde quando eu publiquei esse blog, falo que o próximo passo será fazer o curso de mergulho. Pois é, vai rolar. Esse domingo eu fiz o batismo pela operadora, ela tem uma promoção que se você faz o batismo e logo depois imenda no curso, o batismo sai de graça.

Mas sinceramente, não recomendo o batismo aqui no Rio para ninguém. Diferente de cidades como Noronha, que existem saídas só para o batismo, no Rio não tem e você sai como o único a ser batizado por uma viagem de 6 horas, sendo que dessas horas somente 35 minutos você passa debaixo d'água.

35 minutos que são ótimos. Vi Raia Chita, três tartarugas gigantes nadando juntas diversos peixes gigantes. Pelo que o pessoal disse, tive sorte por ter feito o batismo em um dia em que a água estava muito tranquila e com ótima visibilidade.

Para quem se interessar, fui muito bem recebido pela operadora Mar do Rio e, como disse acima, recomendo pular o batismo e fazer logo o curso.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Corta papo

Estava eu a caminho do centro do Rio. Peguei um metrô e quando eu ando em coletivo curto observar as pessoas. Sentei em frente a um homem e uma mulher, que não se conheciam, a mulher tirou da bolsa uma pasta e começou a mexer na papelada.

Olhando para a papelada e de vez enquando olhando para o homem ao seu lado começou a reclamar. Das contas, das cobranças indevidas, do governo, do crime, do filho e de tudo que tinha que fazer no centro da cidade. Da estação Botafogo até a Glória ela não parou de reclamar.

Na Glória, a glória, o homem sem pestanejar, olha para a mulher e diz: "Senhora, só defunto não tem problemas, não concorda?".

Pronto. Fim de papo.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Leitura obrigatória...


...para os recentes pais de primeira viagem.

Baby Blues, a tirinha de Rick Kirkman e Jerry Scott, conhecida aqui no Brasil como Zoé e Zezé é com certeza uma leitura obrigatória para os pais. Possibilita encontrar o lado engraçado dos momentos mais desesperadores. Ao comprar o primeiro scrapbook da coleção ("This is going to be tougher than we thought") li os comentários dos clientes da Amazon e um deles dizia que parecia que a dupla estava observando os primeiros dias do seu filho pela janela de sua casa. Realmente é essa sensação.

O Mundo é Mágico: As Aventuras de Calvin e Haroldo de Bill Watterson nos transporta para o universo criativo e muito imaginativo de uma criança, principalmente o menino. É muito bom ler esse livro e projetar essas mesmas situações com o seu filho.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Fazendo contas

Nessa época de declaração de imposto de renda, tive a curiosidade de saber quanto foi arrecadado no ano passado. Não encontrei essa informação em nenhum site do governo e acabei encontrando um movimento que pede maior transparência da arrecadação e das contas do governo, outro ajudando você a calcular quanto paga de impostos por mês (fiquei espantado com o meu teste) e um último que indica quanto estamos pagando nesse ano, quanto foi pago no ano passado e em 2005.

Bom, de acordo com esse site, nós brasileiros pagamos em 2006 a módica quantia de R$ 812.709.519.180,06. Então fui buscar os valores de investimentos em saúde, segurança e educação no mesmo ano. Não encontrei de forma clara e objetiva. Resolvi fazer outra conta.

De acordo com o site do governo, somos um país de 186 milhões de habitantes e de acordo com o site do IBGE, 70% dessa população tem mais de 15 anos. Levando em consideração somente esses 130 milhões e 200 mil brasileiros (que seriam responsáveis pelos outros 30%). Se esses bilhões voltassem realmente para a população seria o equivalente a aproximadamente R$ 6.242,00 para cada brasileiro, que poderia representar um acréscimo de R$ 520,00 / mês para todos nós.

Existem famílias que vivem com muito menos do que isso por mês. E esse valor, honestamente, seria o suficiente para garantir saúde, segurança e educação a todos nós.

terça-feira, 20 de março de 2007

1991

Continuando com a brincadeira de ouvir músicas por ano.

Escolhi 1991 por um simples motivo. É um tabu. Se qualquer pessoa falar desse ano, sem idolatrar o movimento "Grunge" e principalmente o Nirvana - consequentemente a Kurt Cobain - as pessoas ao redor se destemperam e começam a repetir frases ditas desde aquela época: "- O Nirvana ressuscitou o Rock" (ou salvou, resgatou... escolha o verbo), e por aí vai...

Dessa vez foram muitos discos e artistas, por isso não vai dar para escrever em parágrafos e por isso terei que listá-las.

01. Bezerra da Silva, Partideiro da Pesada - lançamento da clássica "Sequestraram a Minha Sogra";

02. Legião Urbana, V - álbum que trazia "Metal contra as Nuvens"

03. Titãs, Tudo ao Mesmo Tempo Agora - último álbum com a presença de Arnaldo Antunes na banda;

04. Paralamas do Sucesso, Os Grãos - considerado como o primeiro fracasso da banda, embora tenha tido três grandes sucessos;

05. Tin Machine, Tin Machine II - último álbum desse projeto do David Bowie;

06. Pet Shop Boys, Discography - talvez a coletânea de maior sucesso da dupla;

07. Dire Straits, On Every Street - com a forte Calling Elvis;

08. Mr. Bungle, Mr. Bungle - projeto extremamente alternativo e paralelo de Mike Patton, que assinava esse trabalho como Vlad Drac;

09. Living Colour, Biscuits - não tão idolatrado como o anterior Time's Up (que rendeu Grammy de '90 para a banda);

10. Queen, Innuendo - o álbum que trouxe "The Show Must Go On" dispensa comentários;

11. Ramones, Loco Live - ao vivo que colocou a banda de volta nas paradas;

12. Red Hot Chilli Peppers, Blood Sugar Sex Magik - colocou a banda em contato com a massa;

13. R.E.M., Out of Time - considerado por muitos como um dos discos mais importantes da música pop/rock dessa década;

14. Rush, Roll the Bones - considerado por alguns fãs como o álbum mais rock da banda desde 1984 (vale muito ouvir "The Big Wheel");

15. U2, Achtung Baby - disco que marca uma mudança na carreira e identidade da banda;

16. Metallica, Metallica - o conhecido como "álbum preto" por alguns é considerado como o último bom trabalho da banda e por outros tantos como o primeiro disco pop - e início da queda - da mesma;

17. Van Halen, For Unlawful Carnal Knowledge - álbum que rendeu dois Grammys para a banda;

18. Faith no More, Live at Brixton Academy - grande "ao vivo", com a presença de palco e interpretações que eram possíveis somente com Mike Patton;

19. Eric Clapton, 24 Nights - álbum gravado durante 24 noites no London's Albert Hall;

20. Alice in Chains, Facelift - eu sei que esse álbum foi lançado no final de '90, mas só veio a estourar em 91 - com a "Man in the Box" tendo ocupado a primeira posição das paradas por um bom tempo;

21. Nirvana, Nevermind - disco que trazia três músicas que viriam a estar entre as músicas mais tocadas por todo ano ("Smells Like Teen Spirit", "In Bloom" e "Come as You Are");

22. Pearl Jam, Ten - álbum que colocou a banda nas paradas de sucesso e trouxe os clássicos mais ouvidos do grupo;

23. Soundgarden, BadMotorFinger - disco que trouxe comparações entre a banda e o clássico Black Sabbath;

Essa lista acima me mostra que o movimento "Grunge" tem todo o mérito em ser uma evolução do rock original e expressiva. Embora a mídia tenha recebido melhor o Nirvana na época, Pear Jam mostrou com o tempo ser a banda com a melhor base do movimento.

Sobre o mérito de ter salvo o rock, essa mesma listagem me mostra que o rock em nenhum momento precisou ser salvo. Talvez no cenário pop que na época degustava coisas bastantes produzidas e industrializadas. Mas para quem soube procurar, o rock de verdade sempre esteve lá.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Rio de paz


Esse final de semana foi marcado por ações populares e criativas pedindo consciência e exigindo paz ao Rio de Janeiro. A primeira aconteceu na sexta-feira, após às 16h nas escadas da Alerj. Foram mais de 30 pessoas que pintaram o chão como sangue e deitaram cobrindo os próprios corpos com sacos pretos.

A segunda, que foi tão expressiva e criativa quanto, ocorreu nesse sábado quando fincaram 700 cruzes na areia da praia em frente ao Copacabana Palace.



Ações como essas podem parecer apenas simbólicas, mas fico muito feliz em ver um movimento, pois enquanto os argentinos batiam panelas eu ouvi várias pessoas reclamando que nós brasileiros não tinhamos unidade ou iniciativa para manitfestações como essas.

Vi no site da organização que a próxima manifestação acontecerá no dia 26 de março na Cinelândia. Parabéns ao brasileiros que tiveram essa iniciativa. Eu estava acreditando apenas na iniciativa pessoal e isolada, agora começo a ter esperança na ação da comunidade.

sexta-feira, 16 de março de 2007

E tudo mais... do mesmo.


Terceiro livro da série (ou conhecida como trilogia de cinco (?) livros) do Mochileiro das Galáxias. Esse livro me derrubou duas vezes, parava de ler, desistia e passava a ver outras coisas. Não sei se foi a época que começei a ler ou se foi ele mesmo. Mas no final eu ganhei. Terminei de ler.

Bom, o primeiro livro (O Guia do Mochileiro das Galáxias) é muito bom pelo fato de Douglas Adams ironizar todos dilemas da sociedade moderna, com um ótimo senso de humor britânico. O segundo (O Restaurante no Fim do Universo) é bem legal, mantem a mesma linha e clima. Já esse terceiro embora tenha uma trama melhor elaborada, no final das contas usa a mesma fórmula que na minha opinião já começa a cansar.

Resultado, não sei se vou comprar o quarto, o qual possui um dos títulos mais divertidos da série: Até Mais, e Obrigado pelos Peixes.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Pai de 6 meses

01. Manuais são mais do que coisas de um passado distante;

02. Falando em passado, olha para trás e acha que o tempo passou voando;

03. Lembra de todos os dias e percebe que foram os maiores seis meses de sua vida;

04. Realmente descobre os pontos de côcegas do filho e se diverte muito com isso (os dois);

05. Fica todo bobo ao vê-lo sentado certinho;

06. Fica mais bobo ao vê-lo jogando os braços para ser pego pela mãe;

07. Fica ainda mais bobo ao perceber que ele ri muito ao reconhecer o pai e a mãe na caricatura;

08. Trocar fralda agora só é um desafio por causa da incrível necessidade dele querer pegar tudo ao seu redor;

09. Fica toda hora procurando um pouco mais dos dentes que estão quase aparecendo;

10. Adora vê-lo escolhendo a posição para dormir de forma tão independente;

quarta-feira, 14 de março de 2007

Cidade maravilhosa

Será?

Desde o dia primeiro de fevereiro deste ano até hoje, foram reportados no mínimo 1.227 mortos no Iraque. No Rio de Janeiro, desde a mesma data até hoje, foram reportados 357 mortos e 230 feridos.

Veja os sites: riobodycount.com.br e iraqbodycount.org.

terça-feira, 13 de março de 2007

O fabuloso mundo novo

O encerramento do Carlitos me fez ter vontade de registrar o que ando pensando quase todas as vezes que olho o Theo. A próxima geração, essa geração do Theo - vou ser prepotente e chamá-la de "A Era do Theo" - deixou de ver muitas coisas.

Ao pensar que o meu filho nunca irá ouvir o som de um modem se conectando, ele já nasceu na internet banda larga de 8 Mb. Pós "Guerra nas Estrelas", "Matrix" e "Senhor dos Anéis". Ele nunca irá ver "os Trapalhões" originais, e se bobear vai ter a mesma referência que nós temos dos "Três Patetas". Pós-geração MTV, Tv à cabo e "Zap". Vinil? O que é isso? CD será "vintage" e cool. Isso tudo me faz refletir sobre o que virá de novo para ele.

Quando "A Era Theo" estiver com dez anos, a TV Digital será mais do que uma realidade no Brasil, será um hábito, algo natural. A forma de fazer e veicular propaganda será completamente diferente. Web 2.0 existirá apenas para contar a história que houve antes dela, pois já poderão estar desenvolvendo a 3.0.

Celular grande? Nunca mais. Talvez os telefones sejam todos do tamanho do headset bluetooth da Motorola (talvez os maiores). Séries de TV, poderão ser assistidas direto pela Web, na TV Digital. Música, já terá passado a MP3 e teremos um novo formato que pode agregar a facilidade de compartilhamento dos arquivos e um benefício mais direto para o artista, algo como a cada vez que alguém ouvir uma música, ela será registrada e teremos uma lista real das mais ouvidas, valorizando realmente o cache do músico para os Shows. Shows esses que poderão ser assistidos pessoalmente ou de casa, com recurso de seleção de câmera e até mesmo participação por um telão que irá mostrar como o público de casa está assistindo ao Show.

Quando essa era chegar a 18 verões. Os bares, ah! os bares. Serão cada vez mais segmentados. Não tribalizados. Segmentados para cada cliente, todos terão aquilo que desejam no bar. Os produtos estarão mais acessíveis e mais diversificados e a forma de comercialização com o varejo com certeza será diferente. Chega de beber o que todos estão bebendo e essa geração irá beber o que quer beber.

O ser humano. Se metade do que eu desejo e espero da humanidade se concretizar, os vinte e cinco anos "d'A Era Theo" serão comemorados com o fim de todas as guerras. Nós teremos aprendido que a violência não é um recurso e que é melhor viver em harmonia e coexistir do que conquistar e ser conquistado.

Se o mundo melhorar e o ser humano conseguiu evoluir, mais ou menos quando "A Era Theo" estiver com 40 anos, a globalização terá se tornado real e não serão mais necessários vistos para visitar outros países. E como os meios de transportes estarão melhores e mais rápidos, ir a Europa poderá se tornar uma viagem de feriadão (ele vai me dizer: "Vou levar o seu neto para passar o Carnaval em Paris e na volta paramos por aí").

segunda-feira, 12 de março de 2007

Memória física

Na mais básica e honesta conversa de botequim, aquela que acontece entre dois estranhos, acabei descobrindo que o Carlitos, tradicional bar da boêmia carioca fechou. Ficava localizado em frente ao Teatro Rival, na rua Álvaro Alvim, no para os íntimos: "Beco da Cirrose".

O Carlitos era famoso por suas batidas e um ótimo chopp da Brahma. Na verdade o clima que era seu grande potencial, pessoas que saiam do trabalho, sambistas, e aqueles que iriam para o Rival faziam o aquecimento ali. Eu por diversas vezes ao sair do trabalho, em uma quinta ou sexta-feira, fiz uma parada de dois ou três chopps.

Como a obra de Eisner que fala da memória física das cidades onde edifícios, lojas, praças que a medida que o tempo passa vão sendo destruídos ou reformados e como fragmentos do passado começam a viver somente nas lembranças das pessoas, até que caiam no esquecimento e se tornam lendas urbanas. O Carlitos se vai.

No lugar do bar será aberta uma agência da Caixa Econômica Federal (foi o que me disseram). Uma pena, as próximas gerações não conhecerão esse lugar.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A Trilha Sonora do Theo

No começo ele acalmava ouvindo a mãe cantar "O Sapo Cururu", mas essa onda muito infantil já passou. O som da época agora é outro.

Gosta de tomar banho ao som de "Spyro Gyro" de Jorge Ben Jor. Assisti o papai trabalhando ouvindo "Os Saltimbancos" do Chico Buarque, mas não inteiro, depois da música da gata fica meio chato e quer sair do escritório.

As vezes, se pega ouvindo com o papai um tal de Pink Floyd, David Bowie ou o Ramones, que me faz vestir essa camisa. Na hora de dormir gosta muito de Oliver Shanti e sua série de "Tai Chi" ou Loreena McKennit e suas músicas celtas.

De vez em quando escuta a Arca de Noé do Vinicius de Morais. Mas isso é bastante raro, assim como o MPBaby dos Beatles ou a coleção Disquinho.

Mas na verdade, se acalma bastante, tanto quanto se diverte, ouvindo "Fico Assim Sem Você" cantada pela Adriana Calcanhoto do disco Partimpim. Principalmente quando é na voz da mamãe (isso mostra que ele pode ter talento para a música, porque eu cantando para ele, não surte efeito positivo).

quinta-feira, 8 de março de 2007

O Declínio do Império Americano

Mesmo os quadrinhos mais comerciais, em alguns momentos tratam de questões políticas ou sociais. Fogem um pouco do fantasioso mundo dos superpoderosos e projetam uma crítica ou uma opinião.

Capitão América, personagem pelo qual eu nunca me simpatizei pelos mesmos motivos de não gostar do Super-Homem, era a representação dos ideais Norte Americanos, o homem que lutava pela justiça e acima de tudo pela liberdade. Foi criado para ser um combatente da segunda guerra e em uma de suas capas foi ilustrado esmurrando a cara de Adolf Hitler. Com o seu uniforme com as cores da bandeira dos Estados Unidos, se envolveu em diversas tramas políticas, contra ditadores e a favor do grande ideal que defendia. E agora ele foi assassinado.

Não acredito mais em mortes em quadrinhos, a Fênix, o Super-Homem e tantos outros já provaram que quem é morto sempre aparece e todas essas mortes parecem ser apenas golpes para alavancar a venda. Mas prefiro interpretar nesse momento a morte desse personagem como uma das raras críticas da Marvel a política dos E.U.A. Na verdade uma crítica a sociedade norte americana, que tem deixado tais ideais morrerem e tem se tornado cada vez mais uma sociedade hipócrita, totalitarista e imperialista.

Já vai tarde Capitão América, você lutava apenas por propaganda e espero que demore bastante para voltar.

Ah! Bem-vindo ao Brasil, Bush.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Pai de 3 meses

1. Fica todo bobo com os novos movimentos do filhão;

2. Já aproveita por ele estar mais "durinho" e brinca muito mais com ele;

3. Acredita realmente que ele já está se virando, quando na verdade são apenas alguns eventos casuais;

4. Recebe os amigos em casa mais à vontade;

5. Ousa participar de alguns eventos sociais, levando o filhão é claro;

6. Dorme um pouco mais tranqüilo, pois todos os períodos de terror dos "manuais" já passaram;

7. Manuais? Quem precisa disso?

8. Adora encontrar outros pais e mães para falar sobre as descobertas, se deliciar com as pequenas diferenças e rir das dificuldades;

9. Ainda enche as garrafas;

10. Inocentemente acredita que a vida voltou a ser rotineira, mas é apenas uma fé tola;

terça-feira, 6 de março de 2007

Keep on Truckin' ...

"Eu adoro música. No entanto, não sou um grande músico. No máximo, arranho um banjo ou um violão. Para mim a música é o maior dos prazeres, junto com o sexo. Mais do que a arte, admito. (...)" (Posfácio do Autor)

Essas linhas acima são as primeiras linhas das últimas páginas desse Blues, escrita e desenhada por Robert Crumb. Já falei do seu traço único e nervoso, seus quadros cheios de detalhes e seu forte senso crítico. Já até mencionei o fato dele ser um grande fã de música. Mas não esperava encontrar nesse álbum, um dos grandes trabalhos já feitos em quadrinhos.




Sobre esse livro você precisa saber algo muito importante, leia ouvindo Blues. Caso você não tenha nenhum Charlie Patton (recomendado por Crumb), coloque para tocar um B.B.King, Buddy Guy ou Etta James. Eu não fiz e mesmo assim li como se pudesse ouvir as músicas em minha mente.

Crumb navega pela história da música norte americana, trazendo as lendas, mitos e o espírito da década de 20 até a música atual (nesse caso em forma de protesto). Através de seus quadros ele consegue passar com perfeição o clima de boêmia, expressão, sentimento e dor do Blues.

Além disso, o álbum da Conrad (capa dura), traz algumas capas de discos e cartazes de shows ilustrados por Crumb (alguns da sua banda), simplesmente geniais.

Bom, agora vou colocar um som e reler as melhores partes.


segunda-feira, 5 de março de 2007

1986

Gostei da brincadeira. Ouvir as músicas pelo ano está começando a se tornar um hábito. 1986 foi escolhido por ter sido o ano em que fui no meu primeiro show. A turnê do Cabeça Dinossauro dos Titãs, álbum com os clássicos "Porrada" e "Polícia".

Também foi nesse ano, que acompanhado pelo meu pai, escolhi o meu primeiro vinil. Graças a capa esse foi o meu primeiro disco de Heavy Metal. Antes de completar dez anos pude ouvir músicas como "Wasted Years", "Stranger in a Strange Land" e "Alexander the Great" do Somewhere In Time, sétimo álbum do Iron Maiden.

Mesmo após 16 anos da sua morte, os detentores dos direitos autorais de Hendrix colocam no mercado um dos grandes álbuns ao vivo, Live at Winterland. Outro grande sucesso desse ano foi A Kind of Magic do Queen, com as músicas "Who Wants To Live Forever" e a própria música título. No mesmo ano, "a rainha" lançou o ao vivo Live Magic.

Já os punks Ramones, lançaram Animal Boy, álbum que trazia "Something to Believe In" e "Somebody Put Something in my Drink". Com menos sucessos e um disco um pouco mais calmo, os Stones apresentam Dirty Work, tendo a balada "Sleep Tonight" como elemento de sucesso.

Dentre as bandas do rock gritado, AC DC lançou o grande Who Made Who com uma das guitarras mais marcantes da banda tocada em "You Shook Me All Night Long" e "Hells Bells" com a sua introdução de sinos soturnos.

A banda que alcançaria o grande sucesso somente em 1991, lançou nesse ano seu quarto disco. Life Rich Pageant do R.E.M. apresenta músicas que já apontam seu estilo marcante como a um pouco inocente Hyena e a forte Just a Touch.

New Order lança o seu quarto disco e um dos que obteve o maior sucesso, Brotherhood vem com a famosa "Bizarre Love Triangle" e a ótima "Weirdo". Ainda na cena pop/dance o berço da música eletrônica continua com o primeiro álbum de remixes do Pet Shop Boys, Disco. Trazendo as inéditas "Paninaro" e "In The Night". Enquanto David Bowie lança Labyrinth, a trilha sonora do filme no qual ele também atua.

Voltando ao cenário nacional, Jorge Ben lança Ben Brasil, com o maior sucesso desse álbum "Roberto Corta Essa". Legião Urbana nos apresenta Dois, um de seus discos de maior sucesso que fez, provavelmente, todo o Brasil cantar "Eduardo e Mônica" e "Índios". E o grande Bezerra da Silva nos apresenta Alô Malandragem, Maloca o Flagrante. Esse álbum lançou o seu maior sucesso "Malandragem dá um Tempo".

sexta-feira, 2 de março de 2007

Manara

Fico muito feliz da obra de Milo Manara estar sendo publicada com mais frequencia no Brasil. Terminei de ler (tardiamente) Bórgia: Sangue para o Papa. História que conta a trajetoria da família Bórgia até o poder.

A arte sem pudores de Manara é genial, ele dedica um carinho e atenção fora do comum visto nos quadrinhos norte-americados, sem praticamente um mérito quase que exclusivo de suas obras e de colegas europeus.


Enquanto ao roteiro de Alejandro Jodorowsky, acho que uma história como dessa família merecia mais páginas, muito mais páginas. Provavelmente para cumprir o limite da publicação Jodorowsky resume demais as conquistas, tramoias e crimes dos Bórgias.

Além desse trabalho, a Conrad está publicou e continua publicando outras obras do artista como Clic e El Gaucho. Quem aprecia quadrinhos, precisa ter alguns trabalhos desse desenhista na prateleira.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Eu detesto quem fala "axin"

Se você também detesta, deve se indignar tanto quanto eu ao ver que o canal Telecine tem dentro de sua programação um horário reservado para o "Cyber Movie". Onde a legenda é escrita "axin".

Isso na minha opinião não é nada mais nada menos do que um deserviço, talvez até pior, seja uma irresponsabilidade social. Enquanto diversas empresas estão preocupadas em como sua instituição pode ajudar as pessoas, colocar legendas escritas com vícios de linguagem e erros não pode ser algo responsável.

Isso me irrita tanto, que quando vejo que um filme está legendado dessa maneira, eu troco de canal, mesmo sendo o meu filme preferido. Me ofende. Não entendo quem pode ter sido o responsável por esse "golpe" de marketing. E como isso pode atrair o público. Quer fazer algo "cyber"? Abra espaço para comentarios durante o filme (moderado para evitar que algum espírito de porco conte o final). Através de SMS, sala de bate-papo, e-mail. Ou seja, todos os formatos multimídias. Mas não ofenda o telespectador.