segunda-feira, 29 de novembro de 2004

Começa o processo de mudanças

Esse fim de semana teve a primeira comemoração do meu aniversário. Nesse ano que completo 28 anos assumi a minha paixão e fraqueza pela mudança, e percebi que estava protelando algumas atitudes que eu queria tomar, o que estava me deixando sem perspectivas.

A comemoração foi organizada pela Lol e o Fonta, com a ajuda de todos os amigos do Lugar Feliz. E realmente que festa feliz foi aquela, foi um ótimo fim de semana onde aconteceram quebras de preconceitos e tabus, laços que já existiam tornarem-se mais claros, se revitalizaram e se reforçaram.

Tudo isso se deve também ao perfeito sincronismo das coisas, era o momento certo para tais acontecimentos. O sincronismo era tão exato que a energia podia ser sentida fluindo entre as pessoas, os olhares ou gestos eram livres, tudo era transmitido, nada era retido.

Valeu! Obrigado Lelê por me encorajar, respeitar e completar; valeu Fonta por ter sabido esperar; valeu Lol por ser uma tão dedicada “cumadi”; valeu Saks por continuar sendo o velho amigo de sempre; valeu Cris por testemunhar esse momento e compreendê-lo; valeu Saraiva por se unir a nossa família de forma tão plena; valeu Mario pelo ótimo set que nos guiou; valeu Ka pela “Dona Maria”; valeu Pedro pelas conversas sobre "Arthur", Cinema e Matrix; valeu Paula pelos longos papos, foi bom ter descoberto a sua amizade; valeu Gerard por ser você a todo momento, impagável; valeu Lua por todo o seu carinho e valeu Claudio, por ser “o bom”;

Nesse momento, o Recarregador repousa feliz !

quarta-feira, 24 de novembro de 2004

E então, Almodóvar

A Má Educação, ótimo filme, não surpreende nos detalhes, por manter o estilo já marcado do diretor. Mas o faz no roteiro, o qual concordo com o vizinho conspirador Maurício Santoro: não se trata de gays ou travestis, poderia falar de qualquer pessoa independente do gênero ou opção sexual, acredito que os personagens o assim sejam devido ao, já mencionado, estilo do diretor (que não compromete em nada na qualidade, apenas reforça). Além disso, Gael Garcia Bernal reafirma seu talento de grande ator, ele convence em todos os momentos.

terça-feira, 23 de novembro de 2004

Sobre uma cidade americana?

Não é disso que fala Dogville. De fato, não era disso que eu gostaria de falar nesse post, seria sim sobre cinema, mas abordaria Almodóvar e não Lars Von Trier. Porém, não pude evitar, assisti ontem à noite e não apenas dormi pensando no filme, como passei o dia com ele na cabeça. Já declaro que Dogville está entre os melhores do ano, se não os melhores dos melhores.

Como estava a dizer, Lars Von Trier não fala de uma cidade americada, fala de seres humanos, nossas qualidades e defeitos. Explora de forma primorosa cada uma dessas, para que possamos fruir sem perdas. O diretor e o elenco conduzem nossos sentimentos como se fosse apenas um rio descendo pelo seu caminho sinuoso, mas não íngreme. Alguns podem apontar o filme como sem ritmo. Descordo, sua narrativa (literalmente) é essencial para alcançar o ponto, me recorda um pouco as músicas que conseguem progressivamente te oprimir para com uma grande virada liberta-lo. Poderia ficar digitando durante horas sobre o quão ótimo é Dogville, mas é mais produtivo aconselhar que assista.

Deixo uma pergunta e aposta: o filme é narrado pelo Anthony Hopkins? Acredito que sim.

domingo, 21 de novembro de 2004

Os três pré-balzaquianos invadem a orla

Fim de semana produtivo. Sexta cinema que merece ser citado no próximo post. Sábado um pouco de trabalho e passeio de skate na lagoa com o “vizinho” e domingo incomum.

O que acontece quando três pré-balzaquianos invadem a orla armados de skates e patins in-line? Fui surpreendido por duas vezes nesse episódio. A primeira foi o espírito adolescente que ainda existe em cada um desses três pré-balzaquianos. A segunda foi a disposição do “vizinho” Fontana de acordar às 09 da matina pra andar de skate e com fôlego de acompanhar o trajeto Hilário – Jardim de Alá – Arpoador – Jardim de Alá – Hilário. Vale mencionar que o vizinho das Letras Mortas está mais à vontade com os patins, estou muito satisfeito com o Long (troquei de Shape) e o skate do vizinho que vive no Lugar Feliz anda muito, arma perigosa.

Frases para ser lembradas: “Vamos retornar à estranha e peculiar fauna de Copacabana” e “Just playing like a Kid”.

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Velhos hábitos

A Lelê já começou a me mostrar como é bom aproveitar a manhã. Assim como o dia corrido do escritório que ao alcançar as 19 horas e me fazer sair correndo pra faculdade me faz pensar que poderia ter chegado uma hora mais cedo e feito um pouco mais de tantas tarefas. Também vale para o skate que vejo no meu escritório e me põe a pensar: poderia acordar mais cedo amanhã e dar uma volta antes de trabalhar.

É bom que tenho o blog, distrai um pouco. Pois, ainda assim ela me pegou de novo. Mesmo exausto, entediado, ela me pegou de jeito. Fico sem saber o que fazer e sem vontade de fazer qualquer coisa. Maldita insônia!

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Estúpido Homem Branco

Agora sim faz sentido o título do livro escrito por Michael Moore. Foi publicado no Globo, após o resultado das eleições americanas, o perfil dos eleitores. Vamos apenas à maioria que não votou em Bush: eram mulheres, latinos, negros ou asiáticos. Todos os outros dados mostraram que a minoria (social, racial...) não votou em Bush. Ele foi reeleito pelo estúpido homem branco (pena que não consegui encontrar novamente o infográfico, os detalhes valorizavam muito).

O que mais pode acontecer nesse mundo?

sábado, 13 de novembro de 2004

Não sabia que São Paulo era assim.

Nunca gostei da cidade de São Paulo. Nada contra os paulistas, mas a cidade sempre me pareceu cinza e grande demais até para ela, ou seja: sem válvula de escape.

O último fim de semana eu passei em Sampa com a Lelê. E nesse momento cito o título, não sabia que São Paulo era assim. A praça Benedito Calixto é como se fosse um pedaço retirado de Santa Teresa e encaixado no meio de Sampa, só que povoado por uma galera meio Ipanema. Nela acontece uma feira de antiguidades, onde o pessoal atende de ótimo humor e boa vontade, ao redor ficam os bares com a galera bebendo cerveja e comendo, bons pratos por sinal.

Aproveitamos para passar um tempo no Ibirapuera e ver as exposições da 26ª Bienal e a Fashion Passion. Mas perdemos a exposição de fotografia que estava acontecendo no MAM. Sem sair do lugar, tínhamos acesso a três exposições boas. Não me recordo quando isso aconteceu aqui no Rio.

O Bairro da Liberdade é sempre um capítulo à parte. Esse canto da cidade já me agradava, porém senti uma grande deficiência em equipamentos e armas para Kung Fu e Tai Chi. Mas, quem sabe encontro em uma próxima visita?

Deixo apenas uma dica, não fiquem hospedados no Morumbi, tudo se torna mais longe e mais caro – já que é lenda o fato do Metrô chegar em todos os lugares e qualquer viagem de ônibus significa baldeação. Mas, no fim posso afirmar: saí satisfeito com São Paulo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2004

AH! Se não fossem as pequenas diferenças.

Tudo indicava que era um show de metal pesado. A platéia era composta muito mais por homens do que por mulheres, a expectativa das pessoas aguardando o grande começo, algumas conversando, outras ao chão apenas esperando, os aplausos pro “roadie” que veio mexer no microfone (como se ele fosse um membro da banda), aqueles que se levantavam a cada entrada da vinheta do festival (pensando: “agora vai começar”) e por aí vai. Tudo muito parecido com um show de metal. Até as pequenas diferenças começarem a aparecer.

Em um show de metal, o público vibra como se estivesse socando o céu, nesse, o público bailava os braços para um lado, para o outro e para o um. Durante o espetáculo metaleiro, os gritos de guerra são oxítonos, independentemente do nome da banda a última sílaba será tônica, nesse, embora o primeiro nome da banda terminasse em T, nos gritos era incluído um X ao final.

Quando palheta, baqueta, lenço ou camisa é jogado no primeiro show, é garantia de uma breve pancadaria ilustrada por socos “mata-cachorro”, no segundo, foi um método pacífico de puxa-puxa, onde alguns queriam e ficaram por muito tempo puxando pedaços de camisa, tentando salvar ao menos uma tira. E para completar, no primeiro, o público não dá “tchauzinho” para a banda.

Mas independentemente das pequenas diferenças, foi um show muito bom. Tocaram os clássicos, os fãs alucinaram e quem não é fã (meu caso), saiu sem ter tido a noção de perda de tempo e que valeu o divertimento.

Próximo post: “não sabia que São Paulo era assim...”.