quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Chegamos à Manderlay

O segundo filme da trilogia de Lars Von Trier te engana. Começa lento e com tudo muito bem explicado, bem diferente do primeiro DogVille.

Cheguei a pensar em abandonar Manderlay, mas insisti e fui muito bem surpreendido. A história se passa quando Grace, após sair de DogVille, chega com os gangsters de seu pai na pequena cidade Sulamericana de Manderlay, um local onde 70 anos tardeamente a escravidão ainda existia. A personagem insisti em ficar e ensinar para o povo negro dessa cidade os conceitos de liberdade e democracia.

A estética de Lars Von Trier, que ajuda a focar nos personagens e não nos elementos de cena ou efeitos especiais - acredito que tenha sido esse o motivo da mudança da atriz de Grace e do pai da mesma - continua a mesma, fenomenal.

Mais do que sobre liberdade e escravidão, o filme fala sobre desejos e escolhas. Fala sobre estar preparado para assumir tais escolhas, diretamente e indiretamente e também fala sobre a mão extendida para ajudar.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Da onde?

Dentro de poucos dias eu completo um mês trabalhando como profissional autônomo. Trabalho em casa, no meu escritório, em um ambiente muito agradável. Na velha pausa do cafezinho, eu não bebo mais isso, dou um beijo na minha mulher e brinco um pouco com o Theo.

Sinto falta das pessoas do antigo escritório. O entrosamento era muito bom, e tinha muito espaço para trocas de idéias. Mas ainda assim, as vantagens da autonomia no momento me agradam muito mais.

Porém, tem algo que tem me incomodado muito (até porque eu sempre fico sem resposta). Quando ligo para qualquer lugar e sempre, sempre mesmo, me perguntam depois de eu dizer meu nome: "da onde?"

- "Quem gostaria de falar com ele?"

- "Leandro Bulkool"

- "Da onde?"

- "Da minha mãe! Há trinta anos!"

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Meus sete pecados

Não existe ser humano que não cometa os setes pecados. Podem existir até aquelas pessoas que digam: “Eu não sou preguiçoso”. Mas, isso não quer dizer que eventualmente elas não cometam o pecado da preguiça. Por isso, resolvi refletir sobre cada um e identificar quando os cometo com mais frequência.

Avareza – quando vejo aquela edição especial de determinada história, filme, cerveja ou item que em breve se tornará muito raro. Tê-lo se torna o fim para diversos subterfúgios a serem aplicados;

Soberba – diretamente relacionado com o anterior, a soberba explode em minha vida quando faço questão em dizer, mostrar ou mesmo servir o que despertou a minha avareza;

Gula – quando crio desculpas como “sorvete é água, não enche”;

Ira – quando me indigno com algo e acabo percebendo que não posso fazer nada, quanto mais impotente eu for perante a situação, mais irado ficarei;

Luxúria – quando a beijo daquele jeito, em que simplesmente esqueço tudo que estava fazendo ou que viria a fazer e penso em apenas continuar, indo até onde for necessário;

Preguiça – quando acordo na manhã do sábado-sem-planos e me largo no sofá. Sinto como se meu cérebro fosse para um spa e ao meu corpo resta apenas o abandono perante a tv;

Inveja – quando leio um texto bem elaborado e escrito e percebo que foi realizado por outra pessoa, a intensidade da minha inveja é diretamente proporcional com a facilidade que o outro conseguiu realizar esse trabalho.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

4 meses, 1 e 30 anos

No último dia 14 o Theo completou quatro meses de vida. Malandro que só, nesse mesmo dia ele tomou o seu primeiro suco de laranja, o qual parece que ele gostou muito, e se virou sozinho pela primeira vez. A virada parecia planejada, minha mãe tinha ligado e falávamos no telefone enquanto eu brincava com ele na cama e somente quando a Lelê saiu do banho, ele virou. Ficamos todos muito bobos.

Hoje, completa exatamente um ano que soubemos que o Theo estava vindo. Nem sabíamos ainda que ele era ele mesmo, sabia que era alguém. Foi ótimo, porque nessa data demos essa notícia de presente de aniversário para o Dindo e a Vovó dele.

O Dindo, grande figura, grande amigo e sempre o guru psicodélico da montanha, completa hoje trinta anos. Idade estranha essa, foi a primeira que eu realmente senti se aproximando e o seu peso no dia do meu aniversário, os outros 29 passaram sem o número fazer diferença na minha vida. Quero desejar a ele muita saúde, muita felicidade e muito amor. Que viva sempre com toda a intensidade possível e devida. Que evolua ainda mais. Que nos traga ainda mais felicidade e que continue sendo sempre essa mesma pessoa, que é o nosso guru.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Cidade maravilhosa?

As notícias que seguiram a madrugada do dia 12 de janeiro no Globo on-line estavam equivocadas. Mais ainda as conclusões de alguns oficiais da PM (veja por exemplo uma notíca citando o Coronel Ubiratan).

Coronel, não sei dizer se o nome "técnico" para o que aconteceu ali (onde eu estive e fui devidamente roubado como todos os outros) é arrastão. Mas posso te dizer que ninguém abandonou os carros por livre e espontânea vontade, assim como o túnel não estava fechado de verdade, quando o fato é que os bandidos - figuras que realmente mandam nessa cidade - fecharam o acesso de quem vinha por baixo do viaduto, quem viria por cima, não teve problemas e seguiu viagem em segurança.

Outro engano é citar que os veículos também não foram roubados. Foram sim, e logo depois abandonados próximos à favela. Com a certeza de quem teve o cuidado de observar quantas pessoas passavam armadas a sua frente, posso dizer que foram mais de oito pessoas, assim como no mínimo 3 fuzis (chego a ter a impressão de ter visto cinco fuzis, mas isso é apenas uma impressão) - já que dois deles abordaram o meu carro - enquanto outro estava mais acima. Também não foram 5 minutos e sim em torno de uma hora de ação dos bandidos.

Coronel, não sei o que pode ter levado o senhor a tal declaração equivocada. Mas não acho positivo que esse problema seja minimazado perante a sociedade. Somos todos vítimas do descaso social e do descaso em relação à segurança. A qual no momento estava focada na simulação de patrulhamento em determinados pontos da cidade.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Eisenbahn Lust

Adoro cerveja! Adoro cerveja boa, adoro experimentar e descobrir novas. Hoje os nossos amigos e padrinhos do Theo vieram nos fazer uma visita, então resolvi passar no Zona Sul e comprar umas cervejas para experimentar.

Foi quando a vi: Eisenbahn Lust. Realmente Deus mandou o seu filho pra terra. Bem mais barata que Deus e feita da mesma maneira. Após o processo de fermentação normal da cervejaria, ela passa por uma segunda fermentação, agora dentro da própria garrafa em uma vinícola. O método champenoise.

Ela é aberta e servida como uma champagne, tem um aroma frutado e sabor muito leve e refrescante e uma espuma cremosa (esconde nesse aroma e sabor seus 11,5%). Brindamos a vida, o Theo, a promoção da Lolis e muitas coisas boas. Foi ótima a visita, tanto quanto a cerveja.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

A trilha sonora do dia

Esse negócio de trabalhar em casa, com todo o meu acervo de músicas, está sendo ótimo. Hoje por exemplo passei o dia inteiro trabalhando e ouvindo um sonzinho. Ao total já rolaram nove horas de músicas.

Divididas entre Jorge Ben, Legião, Chico, Planet Hemp, Rappa, White Stripes, Pearl Jam, David Bowie, Red Hot, Seu Jorge,Pink Floyd, Ramones, Arcade Fire e outros, elas marcaram o meu ritmo e o mais divertido é que as músicas realmente coinscidiram (ou propiciaram) com o clima do momento.

Realmente a vida, a cada dia, tem a sua trilha sonora. O que será que vou ouvir amanhã?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

O grande momento...

Talvez o que eu mais goste no trabalho de Neil Gaiman é como ele lida com o óbvio. Por vezes o ignora, outra tantas o explora de forma primoroza.

As histórias de Morte, assim como a personagem em si, é um exemplo de ignorar e explorar o óbvio. Reler essas históras hoje, nesse início de ano, época em que estamos vivendo um retorno da valorização da qualidade de vida (lembre-se do filtro solar, mensagens de final de ano falando sobre viver melhor, campanhas ensinando que o melhor plano de saúde é viver e o segundo...) torna o tema óbvio o mesmo quanto a protagonista insólita. Para valorizar ainda mais o autor, é importante lembrar que essas histórias não foram escritas nos últimos dois anos.

Ainda que eu prefira as histórias do irmão mais novo de Morte, não pude deixar de mergulhar nessa leitura com tanto prazer. Aproveitei cada prazer desse grande momento da vida e me diverti com a personagem nem um pouco corriqueira.

Pra quem nunca leu, ou mesmo pra quem já leu e tem em casa, vale a pena ter esse trabalho fenomenal dessas encadernações feitas pela Conrad.

domingo, 7 de janeiro de 2007

7 dias de 2007

Todos os dias, desde que esse ano começou, eu penso em um post e acabo me enrolando e não escrevendo nada. Quando acordei hoje e pensei nesse título foi como um estalo: "Agora tem que rolar..."

2007 começou com o pé direito, já com uma grande mudança, pois o último dia útil de 2006 foi o meu último dia na agência que trabalhava, Copacabana Brasil, pedi demissão para poder trabalhar em casa de forma autônoma.

E como estou feliz com essa mudança, estou curtindo o meu trabalho, curtindo o meu tempo de estudar, o meu tempo com a Lelê e com o Theo e o meu tempo comigo mesmo.

Nesses setes dias muitas coisas aconteceram, fui bastante produtivo, assisti a filmes que há muito tempo queria rever, estou lendo livros e HQs simultaneamente, tomei uma cerveja com um amigo que estava com saudades de encontrar e um vinho com outro que tinha tanta saudades quanto e há muito tempo não jogávamos conversa fora.

Sobre os livros e hqs, estou lendo os meus presentes: Biblioteca dos Quadrinhos, Almanaque dos Quadrinhos; Morte, de Neil Gaiman - (edição encadernada da Conrad) e Minha Vida, de Robert Crumb. Depois, ao terminar de ler cada um, vou comentá-los.