segunda-feira, 28 de abril de 2008

Tiros no Leme

Essa foto aí ao lado é de uma réplica para paintball de uma das armas preferidas dos traficantes do Rio de Janeiro, a AK-47. A mesma que, daqui de casa, devo ter escutado sendo usada a um pouco mais de uma hora no Leme.

Eu moro bem distante do Leme, mais ainda do Chapéu Mangueira onde foi a zona de batalha. Ainda assim deu para ouvir os tiros repetidos, muitos, por uma duração de mais de dez minutos. Quem já brincou de paintball tem idéia do que é ficar dez minutos em fogo cruzado de tinta, e estou falando apenas de tinta. A adrenalina vai a mil, a respiração fica ofegante, qualquer som você se abaixa.

Na vida real não é lá muito diferente, mesmo morando muito longe, eu tirei o Theo das proximidades da janela. Fomos para o quarto dele, onde brincamos no chão e estaríamos protegidos pelas paredes. A questão agora é, eu quero criar o meu filho sob esse fantasma?

Só consigo me recordar de um trecho de uma música do Pedro Luís e a Parede.
"Amor tá chovendo bala
Abre a janela pra não quebrar
Recolhe as coisas da sala
Maloca as crianças por trás do sofá"
Acabei de ler no plantão do G1 que a polícia alegou que a guerra é entre os traficantes, que a corporação não está fazendo nenhuma ação no Chapéu Mangueira, durante essa noite. Ah! A guerra é entre eles, então está tudo bem, né?

Nenhum comentário: