quinta-feira, 16 de abril de 2009

Não banalize!


Eu tentei não escrever sobre isto. Mas percebi que estaria fazendo exatamente o que sou contra, banalizando. Temos que falar e não deixar passar.

O que aconteceu ontem, para coroar a greve de três dias dos ferroviários foi um completo absurdo. E neste momento eu começo a me perguntar algumas coisas como: por que agentes de segurança de uma estação de trem são armados com chicotes? quem selecionou e treinou este tipo de gente? que tipo de testes são feitos no processo de seleção de seguranças? além dos que foram demitidos, quem será responsável por isto? a SuperVia não deveria indenizar as pessoas que foram agredidas? O policial presente durante todo o ocorrido também não deveria ser responsabilizado e punido? Enquanto não tivermos respostas para estas questões, problemas como estes vão continuar acontecendo.

Para ilustrar como a banalização incentiva o crescimento da violência: anos atrás, eu presenciei na estação de Metrô da Carioca - uma das mais movimentadas do Rio de Janeiro - os seguranças usando os cacetetes na horizontal para ajudar a empurrar os passageiros para dentro dos vagões super lotados. Assim como os outros passageiros, eu não fiz nada além de ficar indignado. Então não virou notícia. Foi banalizado até chegar em um ponto como este de ontem, tarde demais. Vimos pessoas sendo tratadas como animais vítimas de maus tratos.

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Neste mesmo dia, em outro ano:

4 comentários:

Glauco Paiva disse...

Cara, postei sobre a mesma coisa... revoltante, né?

Tati disse...

Eu fiquei de cara, também. Absurdo!

Leticia disse...

Esses funcionários não deveriam ter sido só demitidos. Deveriam ter sido presos.

Anônimo disse...

o ministério público já se meteu. isso me deixa mais calma. o que me incomoda nisso é que é gente do povo batendo em gente do povo. entende? são iguais, saem cedo pra trabalhar. são oprimidos do mesmo jeito. têm salário ruim do mesmo jeito. são iguais. isso me lembra um pouco essa filosofia do ensaio sobre a cegueira (odeio saramago e essa ideia é requentada de outras obras. inclusive dele, mas vamos lá)... é só largar mão que o homem (no sentido de ser humano)mata o homem. lei do mais forte. civilização pra quê? né?

o foda é que isso é só um exemplo. isso acontece de maneiras diferentes todo dia e ninguém liga.

já tentei reclamar pq vi um ônibus não parar pra uma velhinha... e foi a coisa mais frustrante. mas tentei. já reclamei com um carro da agu dirigindo com combustível pago com nossos impostos e deu certo. enfim, não se pode ganhar todas. mas é aquilo que sempre falo: se todo mundo reclamar, isso diminui aos poucos.

essa é a parte "burocrática" da coisa, isso de o usuário ajudar a fiscalizar os serviços prestados. tá até na lei de concessão de serviços públicos.

mas o que dói mesmo é o oprimido ser opressor dos seus iguais. isso é que dói. e isso que me dá medo.

k(beijo no theo)