sábado, 5 de março de 2005

O Quinto Elemento

Eu e Leticia estávamos andando. Encontramos no caminho um castelo fantasioso, com grandes torres coloridas, grandes salões, pessoas e criaturas de todos os tipos. Alguns trechos dessa viagem ainda não se apagaram, sendo assim vou registrá-las.

Estava sozinho correndo de algo, atravessava corredores compridos e coloridos, às vezes olhava para trás pra ter certeza de que estava bem à frente. De repente ouvi uma voz dizer: "à direita". Me virei e me deparei com uma grande escadaria de uma torre. E por ela subi, algumas vezes ainda ouvindo "à direita". Ao chegar no topo, havia algo como se fosse uma sala com o piso vazado de forma que toda a escada pudesse ser vista do alto e uma corrente que atravessava o meu caminho, me impedindo de prosseguir.

Não era apenas a corrente no meu caminho, atrás dela havia uma velha, vestida em trapos, mexendo em uma mesa, com livros e líquidos. O restante da sala era preenchido por uma cristaleira, ao fundo um cofre e ao seu lado uma chave pendurada na parede.

Quando a velha me viu, começou a gritar mandando que eu fosse embora, dizendo que não poderia ficar ali, me ameaçando por trás da corrente que de alguma forma eu não poderia passar. Ela me xingava e ameaçava, eu enfrentei dizendo que precisava entrar para me esconder. A discussão chegou a um ponto em que a velha se armou com uma
vassoura, abriu a corrente e veio na minha direção, eu pulei por cima dela e em uma única jogada de corpo, me virei e fechei o caminho com corrente. Agora ela estava desesperada dizendo para eu não mexer em nada, que iria me prender lá em cima. Nervoso, começei a dizer pra ela que iria jogar as coisas pelo buraco, ela ria e dizia que iria me prender. Foi então que peguei a chave e disse que abriria a porta do cofre. Em pânico ela me enfrentou e disse que agora eu ia sofrer, pois a aranha protegia o cofre.

Quando abri o cofre, um sopro de ar veio de dentro, onde, de fato, havia teias de aranha e livros. Fechei a porta do cofre. Ela continuou a gritar. Abri novamente e um novo e mais forte sopro, dessa vez pude ver além dos livros uma garrafa. Fechei a porta. Ela gritava ainda mais e tentava ultrapassar a corrente. Abri a porta mais uma vez, dizendo que agora iria pegar tudo e jogar lá embaixo. O maior dos sopros saiu e somente ele me fez fechar o cofre. Mas era tarde.

Uma voz, a mesma que dizia "à direita", invadiu a torre dizendo: "Eu sou o quinto elemento. Eu sou o quinto elemento. À direita. Eu sou o quinto elemento. Eu sou o quinto elemento. À direita..." A velha começou a descer a escada correndo e gritando comigo, dizendo que eu tinha libertado ele. Como ato-reflexo, abri a passagem de corrente e desci, sabia que algo estava vindo. A voz continuava ("Eu sou o quinto elemento. Eu sou o quinto elemento. À direita."). Já quase no piso, vi várias pessoas coloridas subindo a escada com garrafas que possuiam líquidos também coloridos, as pessoas marchavam ao ritmo e repetiam a voz. Ao passar pelo lado do primeiro, o líquido caiu no meu rosto e então a voz mudou.

- Cerveja. Cerveja. À direita.

Então abaixo de todos da fila de marcha percebi que estava subindo um mar de cerveja e a velha já estava com o líquido acima das canelas. Rapidamente me virei e subi com as pessoas coloridas e o nível do "mar" só subia, formando um pequeno redemoinho que engoliu a velha e nos seguiu até o topo da torre, onde parou antes de molhar o piso do último andar.

Após piscar os olhos, estava em outro local com a Lelê.

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