terça-feira, 7 de julho de 2009

Nem vem que não tem...

Um artista irreverente, descompromissado com causas políticas e apenas interessado em se divertir. É assim que Simonal é apresentado no documentário "Simonal, ninguém sabe o duro que dei".

Diferente da nova onda de biografias em que é feito um filme interpretado por bons atores para vivenciar as experiências do artista retratado, o documentário é todo feito de imagens de arquivo e depoimentos de grandes figuras que viveram aqueles anos, gostando ou não de Simonal, são palavras de pessoas como Ziraldo, Chico Anysio, Jaguar, Nelson Motta e outros.

É claro que o documentário não poderia deixar de lado o fim da carreira de Simonal, que após ser envolvido em um escandalo como um delator da ditadura foi ostracizado por todos os outros artistas e por falta de espaço para se apresentar, foi praticamente esquecido.

Mas acredito que o mais importante é perceber que independente do veredicto final, ele foi julgado culpado antes mesmo de poder se defender. Todos os outros artistas e principalmente a mídia -e neste tempo ainda era obrigatório o diploma, imagina como será a ética agora - o julgou e puniu.

Hoje, o que deve ser revivido é a memória de um grande artista, com uma presença de palco invejável e um carisma ainda maior. E insisto para todos assistirem ao longa, pois nós somos carentes de produções que nos apresente a nossa própria cultura. Afinal, até dá para viver de pipoca e hollywood, mas é bem melhor viajar além disto de vez enquando.



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