segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Santiago

A dúvida era entre "Duro de Matar 4.0" ou um "filme cabeça", resolvi abrir mão da pipoca e aceitei o cabeça. Mas ironizei, entrei no cinema brincando com a sala mais vazia do Artplex. Dizendo que era fácil colocar um filme do João Moreira Salles em um cinema do Unibanco. Quando as pessoas entravam eu apresentava todas elas como "alguma-coisa" Moreira Salles. Ironizei e me enganei como a muito tempo não me enganava.

O que eu esperava ser um documentário sobre a família Moreira Salles, contado por um dos filhos, ou seja auto-admirado, vi um filme sincero e vivo. Que com uma certa distância documenta não a família e sim um personagem, Santiago Badariotti Merlo, o mordômo da família que não apenas falava quatro ou cinco línguas, mas tinha paixões e admirações únicas. E sua forma de expressar tudo isso o torna um personagem memorável.

A narrativa fria, o preto-e-branco e o enquadramento distante reforçam a sinceridade em torno do trabalho e das palavras finais, do personagem e do documentarista. Sem sombra de dúvida, Santiago foi uma das melhores surpresas cinematográficas de 2007.

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