terça-feira, 12 de abril de 2005

Quase dois irmãos.

Como um tapa na cara, o filme nos desperta do sonho da integração favela-asfalto. Aniquila a ilusão da integração tentada até o momento, onde ela é nada mais do que a imposição da realidade do asfalto no morro. A favela vive outra realidade, temos que primeiro compreender que não podemos definir se é melhor ou pior do que a nossa, aceitar que é diferente e então lutar por uma real integração.

Sempre defendo que o caminho para um povo melhor e uma nação melhor é a educação. Mas como iremos educar pessoas já educadas pela vida? Temos esse poder? Não estaremos mais uma vez impondo a nossa realidade? A educação deve ser aplicada a cada nova geração, esperar que a solução venha em quatro décadas e não em quatro anos.

Retornando ao filme. Ele demonstra o contato dos presos políticos com os presos comuns dentro do presídio de Ilha Grande. Os conflitos desse contato e a troca de experiências e seu reflexo em ambos os mundos. E assim, o nascimento da Falange Vermelha. Além desses pontos, apresenta por várias vezes a base do ser humano, seus ideais e o que acontece quando sua realidade é sobrepujada.

Inspirado no filme, tive o seguinte insight: “Sinto em lhe dizer, caro companheiro, que o comunismo acabou. Morreu pelo tempo, contado por um relógio que foi perdido”.

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