segunda-feira, 9 de abril de 2007

Nós marchamos

O filme traz uma estética ótima, fotografia e cores completamente fiéis aos quadrinhos. Texto condizente e bons personagens. Tem a melhor representação de uma paredes de escudos que já vi. A caracterização dos Persas e seu universo exótico ficou bastante interessante e as cenas de batalhas ficaram fenômenais.

Porém, existiram adaptações que, pra mim, realmente atrapalharam. Para começo de história, a trama política em Esparta foi completamente descabida. Outro ponto, foi que se esforçaram demais para transformar os Persas em vilões, quando a questão da história não é essa.

Sobre os detalhes, a cena da rainha entregando um cordão ao Leônidas foge um pouco do clima frio e seco dos espartanos. O filho do capitão estar entre os 300 e a atitude do mesmo após a morte do seu filho não condiz com cenas do próprio filme, que fala de morte glorioza em campo de batalha - sei que tudo isso foi elemento para humanizar a história, mas na minha opinião não precisava tanto.

Agora o que mais me deixou frustrado foi o corte da cena que publíco aqui embaixo. A queda do Stelios, na obra original era o guerreiro mais jovem dentre eles. Após a sua queda, passou a ser chamado por "Stumbles", e aos poucos vai reconquistando o respeito de seus iguais (e o seu nome) a ponto de ter o privilégio de ser peça chave no último golpe. Esse corte altera bastante a narrativa dos quadrinhos, pois um dos elementos principais desaparece e se torna apenas um personagem difícil de se apegar.



Saí frustrado do cinema após assistir 300. Fiquei bastante incomodado com as mudanças, ou adaptações da história, mas no dia seguinte, ao acordar, estava gostando do filme. Isto porque, o que foi bom, realmente ficou muito bom.

Como saldo final o filme pra mim é muito bom, mas realmente poderia ter sido melhor (esperava algo melhor, como Sin City) e por pouco não ficou sendo apenas bom. Pois quando Frank Miller escreveu os quadrinhos ele se preocupou em fazer uma história espartana: direta e seca. Sem grandes rodeios. Enquanto o filme abre mão disso por alguns minutos a mais e para agradar ao público geral. Ok. Quem não leu os quadrinhos provavelmente vai gostar mais do filme do que eu.

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