domingo, 23 de janeiro de 2005

Devia ter ouvido os sinais.

Acabo de retornar do cinema. Eu e Leticia fomos assistir Alexandre. Antes de chegar ao cinema fomos avisados pela Nandinha que o filme era uma bomba, chegando lá eu estava passando mal e ao sentar na poltrona descubro que o cara ao meu lado estava com um “cecê” brabo. Ainda assim fui teimoso, não ouvi os sinais.

Tenho uma certeza, fui enganado. Primeiro comprei a idéia de Alexandre, o “bastardo” que, com dificuldades, conquista o trono deixado por seu pai. Nada disso, apenas uma ação oportunista do seu par homossexual. Segundo: comprei a idéia de Alexandre, o “conquistador” igualitário, que defendia os conquistados e pregava a igualdade entre os povos. Mais uma vez, tolice a minha, eram máscaras vestidas para proteger o verdadeiro sentimento de paranóia e insegurança do garoto perante possíveis conspirações. Terceiro, comprei a idéia de Alexandre, o “tirano”. Essa, de tão patética, dispensa comentários. Sabendo que fui enganado, me pergunto: o que Oliver Stone queria mostrar?

Além desses fatos, o filme vem em um momento propício para a política americana. Afinal, mostra um conquistador sem batalhas. Ele atravessa meio mundo e as duas únicas batalhas que são apresentadas são para destacar sua grandiosidade mesmo em total desvantagem. Outro ponto é o fato do Rei Dario ainda existir e ser forte enquanto estiver “vivo escondido nas montanhas”, esse ponto reforça demais a política de Bush em relação a Osama Bin Laden. Como se não bastasse, Bush teve problemas na eleição por ter se posicionado contra o casamento gay, e agora vem um filme apresentando de forma explícita esse lado de um grande conquistador. Acho que foi a Condoleezza Rice quem escreveu o roteiro (essa é pela Lelê).

As sete indignações:
01. As cenas da chegada à Babilônia me lembravam Moulin Rouge;
02. Só podem “sem querer” ter errado e trocado a trilha sonora do próximo “Esqueceram de Mim” ou “Harry Potter”;
03. Agora torno público: eu odeio o Colin Farrel;
04. Val Kilmer aceitou fazer esse filme (mesmo ele sendo a única coisa que presta);
05. Angelina Jolie aceitou fazer esse filme;
06. Anthony Hopkins aceitou fazer esse filme (mas deve ter exigido não contracenar com o Colin Farrel);
07. O inglês-macedônico da Angelina Jolie (outra pela Lelê);

Sério, no primeiro dia de filmagem, perderam o roteiro e, como já tinham investidores, fizeram o que deu.

Conclusão, se eu me chamasse Alexandre, a partir de hoje mudaria para Rodrigo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

Porto Seguro

Não importa como seja a sua vida. Todos precisamos de um porto seguro. Aprendi essa lição com o meu próprio. Ela sempre está presente, me fazendo companhia, me motivando, me ensinando algo novo ou mesmo me atraindo para o certo. Algumas vezes faz o papel da minha consciência, em outras se torna o meu instinto.

A ela, meu porto seguro, entrego meu amor incondicional, crescente e assim eterno. Agradeço pela certeza de sua presença na minha vida e ao meu lado nas noites de sono ruim, mesmo no inconsciente ela está lá.

Leticia. Te desejo, te quero e te amo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Maldito ego

Por que ele não é timido? Esse maldito que aparece ao ouvir o mais baixo dos chamados. Pior é o fato de algumas pessoas terem o poder de percepção, ou faro, desse calhorda. Mesmo quando estou me ferrando, um elogio o faz surgir e se eu não estiver tão puto a ponto de dar uma móca no talzinho, ele passa por cima e pronto: me ferro menos (assim esse verme me faz pensar).

Passei um dia insano. Cheguei na agência às oito e poucas e já atendi telefonema. Tive uma reunião com o Midas brasileiro e fui a Barra da Tijuca às 22h entregar material pra cliente. Mesmo assim ele ouviu alguns comprimentos e se colocou acima da minha noção de "me fudi e deveria fazer algo em relação a isso".

Bom, prejuizo tomado e anotado. Um dia ainda dou cabo desse pulha.

móca: variação de coquinho; soco dado com a base do punho na moleira de outro; catarse com a capacidade de resolver qualquer problema com o já citado outro;

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Contrastes

Isso vale somente para me lembrar que a vida é feita, em parte, por contrastes. Após um fim de semana ótimo, passei por uma segunda-feira marcada por um calor infernal, cliente extravasando suas frustrações e esse calor em mim, 19 horas de trabalho e uma completa e total falta de sincronia com as pessoas ao meu redor.

Mas a segunda-feira foi deixada, e lavada, por uma terça-feira. E agora, quando pra mim é a melhor hora de um dia, lembro de algo que enterra esse dia com a devida pá de cal: "Que poder teria o inferno, se os habitantes daqui não pudessem sonhar com céu?" - Neil Gaiman.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Clima de férias e um gancho para lembranças

Talvez pelo simples fato de ter marcado a primeira parte das minhas férias, eu já esteja vivendo um pouco desse climão. Na última terça-feira, no horário de almoço, tirei o skate da mala do carro e dei uma volta na Lagoa. Hoje, fiz novamente. E então eu pergunto, que trabalho permite isso? O meu nem sempre, mas quando pode é simplesmente ótimo.

Ainda na terça-feira eu e Lelê assistimos a Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, filme do Charlie Kaufman (roteirista de Quero Ser Jon Malkovich) que também segue a linha completamente surrealista. O que mais me impressionou no filme foi o simples fato de ele ter sido um guia para minhas lembranças, enquanto as cenas passavam, minha mente vagava por cenas do meu passado. Como se isso não bastasse, o elenco representa de forma memorável e finalmente Jim Carrey me convenceu como um ator sério.

Já ontem fiz uma visita espontânea à minha irmã, batemos papo e depois o Saraiva me apresentou o jogo de PS2 Lord of The Rings, muito bom por sinal.

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

Eisner deixa o Edifício.

De fato a idade chega e é implacável mesmo com aqueles que a viveram de forma tão admirável. Sei muito pouco sobre sua vida pessoal, mas acompanhei sua carreira profissional e posso dizer que não foi apenas um dos maiores desenhistas e escritores de quadrinhos, como também foi um dos grandes inspiradores do gênero e também deste Blog.

Em sua mémoria, vou continuar a manter o meu Edifício, sempre lembrando da frase escrita por ele que mais admiro e uso como epígrafo. Eisner faleceu ontem à noite, aos 87 anos de idade e me arrependo muito de nunca ter ido a um dos diversos eventos que contaram com sua participação aqui no Brasil.

Para quem não conhece sua obra, aconselho ler: O Edifício, Um Contrato com Deus, O Nome do Jogo, O Último dia no Vietnã: Reminiscência, New York: A grande cidade e No Coração da Tempestade (sua auto-biografia).

sábado, 1 de janeiro de 2005

O primeiro dia do resto desse ano

Passou 2004. Passou a 1.000 km/h, como uma flecha, como uma conversa em bar em que tudo é dito e pouco é registrado. Foram muitas coisas acontecendo e tantas outras mudando. De fato amei 2004, foi o ano da mudança e como sempre digo, amo a mudança! 2005, meu raciocínio ou intuição (Mana, me corrija se eu estiver errado) será o ano de saborear tantas mudanças.

Vamos reduzir esse ritmo, pode ser para 900 km/h. Vamos fazer isso apenas para poder ver cada dia e entender qual herança de 2004 ele traz. E se vierem mais mudanças? Ora! Se vierem, que venham! Estou de braços e coração abertos para recebê-las.

Esse ano me mostrou que quatro anos são segundos perante o que quero, e vou passar com quem amo, e que reforçou os verdadeiros laços de amizades. Realmente "amigos vêm e vão, mas alguns poucos farão parte de toda sua vida". Adoro todos vocês. Obrigado por terem dividido comigo esse grande ano e vamos caminhando para esse próximo!